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E se a capital de Portugal fosse Castelo Branco?

A proposta é do arquitecto paisagista Henrique Pereira dos Santos, como exemplo das medidas que o Estado devia implementar para favorecer o interior do país. Um mês depois da tragédia de Pedrógão Grande, as estratégias para travar o abandono do interior foram a debate no programa "Da Capa à Contracapa".

E se a capital de Portugal fosse Castelo Branco?

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A proposta é do arquitecto paisagista Henrique Pereira dos Santos como exemplo das medidas que o Estado devia implementar para favorecer o interior do país. Um mês depois da tragédia de Pedrógão Grande, as estratégias para travar o abandono do interior foram a debate no programa "Da Capa à Contracapa".

Henrique Pereira dos Santos não esconde algum cepticismo em relação a pacotes legislativos desenhados em Lisboa para tratar dos problemas do interior do país. O autor de "Portugal: Paisagem Rural" dedicou uma parte da sua vida à gestão de áreas protegidas e sugere na Renascença "três decisões fáceis" que o Estado poderia tomar "se quisesse verdadeiramente usar os instrumentos que tem para fazer alguma coisa"

Primeira medida. Mudar a capital de Portugal para Castelo Branco. " Não vejo nenhuma razão para não o fazer, não vejo nenhuma razão para que a capital seja em Lisboa. Se o Estado não o faz é porque não quer", afirma Henrique Pereira dos Santos.

Segunda decisão: "O dinheiro que está directa e indirectamente a apoiar a produção no PDR 2020 deve ser retirado parcialmente da produção para ser usado no pagamento de serviços de ecossistemas. Não o faz porque não o quer".

A terceira questão a resolver passa pelo "problema gravíssimo no mundo rural" que é a falta de segurança naqueles territórios." O Estado desapareceu naquilo que são funções essenciais, nomeadamente na segurança das pessoas. Hoje o problema dos roubos de gado, de pinhas, de cortiça, dos fios de cobre dos pivots de rega tem uma dimensão inacreditável", denuncia o antigo quadro do Instituto da Conservação da Natureza no programa da Renascença em parceria com a Fundação Francisco Manuel Dos Santos.

Há carne mas não há cabra

Henrique Pereira dos Santos preside à Montis, uma associação de conservação da natureza especializada na gestão de territórios. Autor de um livro que associa o consumo de alimentos, a produção agrícola e a mudança na paisagem no século XX, não poupa nas críticas a diversos níveis da administração pública, incluindo a local.


"As autarquias investem muito pouco na sua própria economia. Na verdade, investem em infraestruturas, à procura dos fundos. Vejo uma vila a dizer que é a capital mundial da chanfana. Depois vejo a vila a seguir a dizer que é a capital universal da chanfana. Percorro esses dois concelhos e não vejo lá uma cabra. E estas autarquias estiveram efectivamente a investir no seu quartel de bombeiros, nas suas infraestruturas, nas rotundas. E no apoio ao pastoreio, porque não investiram?"

Publicado por: Renascença

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